Um dos maiores centros mundiais de arte, moda, gastronomia e cultura, Paris é uma cidade para ser descoberta sem pressa, embora seja impensável visitá-la sem o cumprimento de uma intensa agenda de visitas a museus, palácios, restaurantes e monumentos. Estivemos lá em agosto de 2018 e ficamos durante uma semana, tempo que achamos ideal para uma visão satisfatória de toda a sua riqueza cultural e histórica e desfrutar de tudo o que a cidade tem para oferecer a seus visitantes. Tentaremos aqui passar algumas das nossas experiências e dar algumas dicas para quem pretende viajar para lá. O que fazer, o que conhecer, o que visitar, onde se hospedar, onde comer, enfim, como aproveitar e se divertir em Paris, a Cidade Luz.
1. O que conhecer em Paris
Île de la Cité
Entre os arrondissement 1º. e 4º. situa-se a Île de la Cité (ilha da cidade). A Île de la Cité é o lugar de nascimento da cidade, antigamente chamada de Lutécia, nome dado pelos romanos. A ilha foi o núcleo inicial para o desenvolvimento e fundação da cidade. Era cercada e fortificada. O local reúne diversos dos mais importantes monumentos históricos e atrações turísticas da capital francesa, com destaque para o Palácio da Cidade, residência dos reis durante nove séculos e sede do tesouro, da Justiça e do parlamento. O conjunto hoje é formado pela Sainte-Chapelle e a Conciergerie. Saindo do local pelo Boulevard de Pallais, entrando na Rue de Lutèce, depois na Rue de la Cité, e em seguida no Parvis de Notre-Dame, você vai passar pela Cripta da île de la Cité, um interessante sítio arqueológico, para chegar à belíssima e famosa Catedral de Notre-Dame, hoje fechada à visitação em razão do incêndio em 2019. Você também pode conhecer vários pontos do local fazendo um passeio de barco pelo Rio Sena. O acesso à Île de la Cité é feito por 5 pontes, dos dois lados do rio Sena. Passear por cada uma delas apreciando a cidade é um deleite.
Pont Neuf
A Pont Neuf (ponte nova), apesar do nome, é a mais antiga das pontes que cruzam o Sena. É lindíssima e costuma ser fotografada da Pont des Arts. Tem 230 metros de extensão e teve sua construção terminada em 1607, no final do reinado de Henrique IV. Hoje a A Pont Neuf passa quase que por cima de um pedaço da île de la Cité, o Jardin du Vert-Galant, uma pequena praça batizada em homenagem a Henrique IV, que tinha o apelido de Vert-Galant (O Galante Verde). O local, que é o resultado da formação de bancos de areia ao longo do tempo, tem formato triangular e está situado a sete metros abaixo do piso da rua. Acima do jardim da praça, ao nível do piso da ponte, em um recuo, encontra-se a estátua equestre de Henrique IV. A ponte é formada por sete arcos no trecho da rive gauche (margem esquerda) até a ilha, e cinco arcos da ilha à Rive Droite (margem direita).
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Museu do Louvre
Renata já tinha ido ao Louvre. Eu, embora já tendo ido a Paris, nunca havia entrado no museu, e não pretendia perder, novamente, essa rara oportunidade. O Louvre, como todos os grandes museus do mundo, não pode ser conhecido em apenas algumas horas, ou dias ou até semanas. O ideal é gastar um bom tempo analisando mapas e plantas com a localização das obras que mais nos interessam e chegar ao local tendo, ao menos, uma ideia do que ver e de quanto tempo gastar na visita. Melhor ainda é dedicar dois ou três dias para conhecer o que se deseja e garanto que a maioria não consegue aproveitar, sequer, dez porcento do que o local tem a oferecer com suas mais de 35 mil obras em cerca de 70 mil metros quadrados de área.
Algumas das principais obras do Louvre:
Saiba mais sobre outros museus de Paris clicando nos links abaixo:
Quai des Orfrèves
Situado na Île de la Cité, à margem esquerda do Sena (rive gauche), o Quai de Ofréves é uma bela avenida para se passear e contemplar o majestoso conjunto arquitetônico onde se localizava, até 2017, a Direction Régionale de la Police Judiciaire de la Préfecture de Police de Paris, depois transferida para a Rue du Bastion. Pode ser visto bem de perto por passeios de barco, ou observado da Pont Saint-Michel ou do Quai des Grands Augustines.
Pont des Arts
O Pont des Arts é uma ponte para pedestres. Em uma de suas extremidades, na rive gauche, está o Institut de France, na outra, na rive droite, está o Palácio do Louvre. Foi construída no início do século XIX. Sofreu com os bombardeios das duas grandes guerras mundiais e com vários choques de embarcações até ser reconstruída nos anos 1980, após danos causados pela colisão de uma barcaça. A ponte foi cenário de uma marcante cena de Sex in the city.
Torre Eiffel
Construída em 1889 no Parc du Champ de Mars para a Exposição Universal de Paris, em comemoração aos cem anos da revolução francesa, a torre tem 300 metros de altura e foi projetada por Gustave Eiffel, engenheiro francês responsável, pela construção de pontes ferroviárias e viadutos na França. Eiffel teve a colaboração decisiva dos engenheiros Maurice Koechlin e Émile Nouguier e do arquiteto Stephen Sauvestre, que trabalharam para ele na sua empresa. Nós já tínhamos subido em outras vezes em que estivemos na cidade e preferimos não subir dessa vez. Você pode, se tiver disposição para encarar 700 degraus, subir pela escada até o segundo andar. As filas são imensas para subir pelo elevador. Os preços na bilheteria eram os seguintes em 2019: até o segundo andar de elevador, EUR 16 para adultos, EUR 8,00 para jovens entre 12 e 14 anos, e EUR 4 para crianças de 4 a 11 anos. Menores de 4 anos não pagam. Até o topo EUR 25 para adultos, EUR 12 para jovens e EUR 6 para crianças de 4 a 11 anos. Menores de 4 anos não pagam. O ideal é comprar os ingressos online para evitar filas. Se preferir ir pela escada, os preços são os seguintes: até o segundo andar EUR 10 para adultos, EUR 5 para jovens de 12 a 24 anos, EUR 2,50 para crianças de 4 a 11 anos. Finalmente, de escada até o segundo andar e em seguida de elevador até o topo custa EUR 19 para adultos, EUR 9,50 para jovens e EUR 5 para crianças de 4 a 11 anos. No topo da Torre há uma champanheria e, no segundo andar, fica o famoso restaurante Jules Verne, com menu assinado pelo estrelado Frédéric Anton, que foi do Le Pré Catelan. No primeiro andar você pode visitar uma exposição sobre a vida de Gustave Eifeel. Ainda no primeiro andar há o Restaurante 58 Tour Eiffel, que encontra-se fechado para reforma, mas que deverá reabrir ainda em 2020. Recomendamos a subida até o segundo andar e, de preferência, pela escada, para evitar filas. A vista de lá já é bem bonita e até mais interessante que a do topo, que, a depender das condições climáticas, pode ficar bem prejudicada.
Champs Elysées
Uma das maiores, mais caras e mais badaladas avenidas do mundo, a Avenue des Champs-Élysées é larga, com cinco pistas de cada lado, 2 km de extensão e 70 m de largura. Situa-se no 8º Arrondissement, iniciando-se na Place de la Concorde (Praça da Concórdia) nas proximidades do parque Jardin des Tuileries e Museu do Louvre, e indo até a Praça Charles de Gaulle, onde fica o Arco do Triunfo. A avenida é repleta de lojas, restaurantes, cinemas e cafés. É tratada pelos parisienses como La plus belle avenue du monde (a mais bela avenida do mundo). Foi projetada no século XVII por André Le Nôtre, arquiteto e paisagista famoso, responsável pelo projeto e execução do Jardin des Tuileries, no reinado de Luis XIV. Ao longo dos séculos XVIII e XIX a avenida sofreu várias modificações até ter sido definido o seu atual traçado. A Champs-Élysées é um dos lugares mais agradáveis do mundo para se visitar, seja para fazer compras, comer ou simplesmente passear. Não cometa o equívoco de não conhecê-la.
Arco do Triunfo
O Arco do Triunfo está entre os dois monumentos mais importantes e mais visitados de Paris. O outro é a Torre Eiffel. Foi projetado pelo arquiteto Jean-François Chalgrin, a mando de Napoleão Bonaparte em 1806, logo após a importante vitória em Austerlitz, na atual República Tcheca. Tem 50 m de altura, 45 m de largura e 22 m de profundidade. Sua construção terminou em 1836. O Arco fica na praça Charlles de Gaulle, em uma das extremidades da Avenue des Champs-Elysées. Em sua base há o túmulo do soldado desconhecido, em homenagem aos franceses mortos em combate na primeira guerra mundial. Nos pilares estão gravados os nomes de centenas de generais franceses e das batalhas vencidas pelo imperador. Você pode subir até o topo, encarando quase 300 degraus, para observar uma bela vista da cidade. O Arco é o local de celebração de diversos acontecimentos da história francesa e foi por ali que passaram, em 1840, os restos mortais de Napoleão Bonaparte, seu idealizador.
Basílica de Sacré Cœur
Foi projetada, em estilo arquitetônico predominantemente bizantino, pelo arquiteto Paul Abadie, arquiteto francês que tem no currículo, entre tantas outras grandes obras, o Palácio da Justiça em Paris e a Abadia de Westminster em Londres. A Basílica de Sacré Coeur levou 40 anos para ser construída, tendo a obra se iniciado em 1875. Possui quatro cúpulas, incluindo-se a grande cúpula central. Localizada no alto de Montmartre, um dos mais importantes bairros da capital francesa, a Basílica é também um dos pontos turísticos mais visitados em todo o mundo, de onde se pode desfrutar de uma das mais belas vistas de Paris.
Place de la Concorde (Praça da Concórdia)
Situada no 8º arrondissement, em uma das extremidades da Avenue des Champs Élysées, oposta ao Arco do Triunfo, a Place de la Concorde é a maior e a mais famosa praça da cidade, e, em tamanho, é a segunda de toda a frança, perdendo somente para a Place des Quinconces, em Bordeaux. Tem a forma de um octógono e fica na margem esquerda do Sena, entre a Champs-Élyséees e o Jardin de las Tuileries. Ali ocorreram diversos fatos marcantes da história revolucionária francesa.
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Inicialmente chamada de Praça Luís XV, tinha uma estátua equestre do rei, que foi destruída durante a Revolução Francesa, após a qual, passou a chamar-se Praça da Revolução, entre 1789 e 1799. Foi batizada como Praça da Concórdia, em 25 de outubro de 1795, ao final do regime chamado de Convenção, estabelecido logo após a revolução e o fim da monarquia, e que governou a França durante a Primeira República. Em 1795 iniciou-se o regime conhecido como Diretório, que durou até 1799 com o estabelecimento do consulado e a chegada de Napoleão ao poder como primeiro-cônsul.
Os prédios idênticos da praça
Quando a praça ainda se chamava Luis XV, foram construídos, entre os anos de 1757e 1774, dois prédios idênticos, separados pela Rue Royale, projetados por Ange-Jacques Gabriel. O situado ao lado direito de quem está na praça, de frente para a Rue Royale, era o Palacete do Guarda-Móveis (Hôtel du Garde-Meuble), que mantinha em segurança objetos preciosos, arte e jóias da coroa. Durante a revolução, o prédio foi saqueado e transformado na sede do Ministério da Marinha Francesa que ali permaneceu até 2015. Do outro lado da Rue Royale ficava o prédio projetado para ser a casa da moeda, que por razões de conveniência não pôde ser usado. A instituição se instalou no Quai de Conti e lá está até hoje. A parte de traz do prédio foi cedida à iniciativa privada e dividida em quatro unidades, tendo sido obrigada a manutenção da fachada projetada por Ange-Jacques Gabriel, em todas as suas características originais.
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Praça da Concórdia: as estátuas representando cidades
Em cada suposto vértice do octógono há uma estátua feminina representando uma cidade francesa, Lyon, Brest, Rouen, Marseille , Lille, Nantes, Bordeaux e Strasbourg. Foram projetadas, em duplas, por diferentes arquitetos em diferentes épocas. As de Lille e Strasbourg são projetos de James Pradier, que teria usado como modelo para Strasbourg a atriz francesa Juliette Drouet, que foi sua amante antes de tornar-se amante de Victor Hugo. Abaixo, ilustrações fotográficas de quatro delas.
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Praça da Concórdia – O Obelisco de Luxor
O vice-rei do Egito durante o Império Otomano, Mehmet Ali, que governou entre os anos de 1805 e 1848, decidiu, para consquistar a amizade do rei Carlos X e tentar uma aliança com a França contra a Inglaterra, doar dois obeliscos aos franceses em 1829, entre outros presentes exóticos (múmias e uma girafa). As peças de 220 toneladas e 23 m de altura cada uma, de mais de 3 mil anos, ornavam a entrada do Templo de Luxor no Egito, nos arredores da antiga Tebas, capital e sede dos governos dos faraós entre os séculos XVI e XI a.C. Apenas um deles foi levado a Paris. O governo francês desistiu de buscar o outro em razão dos custos e das complicações de transporte. A viagem durou pouco mais de 2 anos. Somente para levar o obelisco do templo até o rio Nilo foram necessários quase dois meses e demolição de várias propriedades pelo caminho. Um navio foi construído especialmente para essa tarefa. Tinha que ser grande o bastante para conduzir as 220 toneladas pelas cerca de 5 mil milhas náuticas do Nilo ao Sena. Tinha de ser longo, porém não tão alto, por causa das pontes de Paris. O obelisco chegou à cidade em 1833 e somente foi colocado na Praça da Concórdia em 1836, já no reinado de Luis Fillipe I. Foi colocado no lugar em que ficava a estátua de Luis XV até a Revolução Francesa e onde depois foi instalada a guilhotina. Contém diversos hieróglifos com referências ao Faraó Ramsés II.
As fontes da Praça da Concórdia:
Entre 1836 e 1846, o arquiteto Jacques-Ignace Hittorff projeta e acrescenta duas fontes, a Fontaine des Mers (Fonte dos Mares) e a Fontaine des Fleuves (Fonte dos Rios), ficando o Obelisco de Luxor ao centro de ambas.
Foto: Moonik – CC BY SA/3.0
Foto: Pierre André Leclercq – CC BY SA 3.0
A praça foi palco de várias execuções na guilhotina, levadas a cabo no período do “Terror” pelo chefe dos jacobinos, Maximillien Robespierre. Dentre as vítimas, as mais importantes foram o rei Luis XVI e sua mulher, a rainha consorte Maria Antonieta.
Os Cavalos de Marly
Por volta de 1740 Luis XV encomendou a Guillaume Coustou um grupo de esculturas equestres para o Château de Marly. Em 1795, tendo escapado dos saques e vandalismo pós-revolução, as peças foram levadas para a Praça da Concórdia, por orientação do artista Jackes Louis David. Dois deles, representando domadores de cavalos, foram instalados na entrada da Avenue Champs-Élysées. Os outros dois, “Fama e Mercúrio montando Pegasus”, ficaram na entrada do Jardim das Tulherias. Em 1984 foram levadas para o Museu do Louvre e em seus lugares foram erguidas réplicas de autoria de Michel Bourbon.
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Foto: Daniel Stockman – CC BY SA 2.0
Le Jardin des Tuileries
No local onde ficava o Palais des Tuileries, construído por orientação de Catarina de Médici na segunda metade do século XVI, entre o Louvre e a Praça da Concórdia, encontra-se um dos mais antigos e visitados parques parisienses: o Jardin des Tuileries, assim chamado porque ali existiu uma fábrica de telhas (tuiles) antes da construção do palácio, que não existe mais; foi destruído em 1871, durante a rebelião da Comuna de Paris, e suas ruínas foram demolidas em 1882. O palácio serviu de moradia a vários reis. O Jardin des Tuileries é um ponto turístico dos mais procurados em Paris. Um lugar agradável para se caminhar, da Champs Élysées ao Louvre, passando pela Praça da Concórdia. Um passeio que todo o visitante deve fazer. O Jardim fica próximo ao Museu D’Orsay, e à Ópera Garnier, e abriga o Musée de l’Orangerie, que exibe obras de artistas do impressionismo, pós-impressionismo e cubismo, como Cézanne, Matisse, Rousseau, Monet, Picasso, entre tantos. Destaque para As Ninfeias, série de quadros pintados por Claude Monet em Giverny. No Jardim fica também o Jeu de Paume, museu de arte fotográfica e contemporânea, cujo nome refere-se ao prédio em que se encontra, que abrigou um centro de prática do esporte chamado jeu de paume, uma espécie de tênis, praticado pelos nobres, também conhecido como tênis real, que deu origem ao tênis atual. O Jardin des Tuileries é também um museu de esculturas a céu aberto, com obras de vários artistas, destacando-se as de Rodin. Reserve alguns minutos para descansar, relaxando em uma das mundialmente famosas e copiadas cadeiras verdes do jardim. Para conhecer mais sobre o Jardin des Tuileries, assista ao vídeo abaixo de Conexão Paris.
A Catedral de Notre-Dame
Concebida e construída no século XII, em estilo gótico, a Catedral de Notre-Dame teve seus traços arquitetônicos inspirados na Catedral de Saint-Denis, na comuna de mesmo nome nos arredores de Paris. Na principal fachada, no lado oeste, destacam-se elementos de extrema riqueza de estilo, como a rosácea central, os portais, da Virgem, do Juramento e de Sant’Ana, cada um com uma sequência de arcos que evoluem, de fora para dentro, em formato de pequenos degraus, e duas torres de 70 metros cada, em simetria de forma e estilo.
No campanário da torre sul está Le Bourdon Emmanuel, o sino feito em 1681, que conseguiu resistir ao furor anti-religioso da revolução e permanece até hoje no local, sendo tocado apenas em eventos muito especiais. O termo bourdon refere-se à sonoridade em tom baixo do seu toque, e Emmanuel foi o nome de batismo que lhe foi dado, seguindo-se a tradição católica de nomear os sinos das igrejas. Nas proximidades da fachada ocidental, encontra-se o marco zero das rotas rodoviárias que partem de Paris para todas as cidades da França. A construção medieval é uma referência histórica mundial. Em 1804 foi palco da cerimônia de coroação de Napoleão Bonaparte, fato que, na prática, devolveu ao templo a sua natureza religiosa, que foi relegada com o advento da Revolução Francesa, durante a qual, o local era utilizado para celebrações e debates políticos centrados em argumentações consideradas racionais. No cinema e na literatura foi cenário para diversas obras, dentre estas, O Corcunda de Notre-Dame, da Disney, (1996), inspirado no livro Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo, lançado em 1831. A Catedral encontra-se fechada para visitas em razão das obras de restauração, já que foi atingida por um incêndio, de causas ainda não identificadas, em abril de 2019, que provocou danos ao pináculo e a partes do teto e das rosáceas.
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Praça da Bastilha
É o local onde ficava a Bastilha, para onde eram levados os prisioneiros políticos e religiosos durante o período da realeza. Carlos V foi o primeiro soberano a enviar presos para lá. A Bastilha foi construída durante a Guerra dos Cem Anos, entre 1370 e 1380, e destruída durante a Revolução Francesa, entre 1789 e 1790, após o episódio histórico conhecido como a Tomada da Bastilha. Foi concebida para ser a entrada da rua Saint-Antoine, pelo que, foi chamada, de início, de Bastião de Saint-Antoine. Ao final do século XIV, logo após sua construção, foi reformada e transformada em uma fortaleza. Hoje no local não há sinais da fortaleza-presídio. A praça é palco de diversas manifestações sociais. Seus arredores, onde ficam a estação de metrô, a Ópera Bastilha, parte do Canal Saint-Martin, mercados e feiras ao ar livre, são parte do bairro parisiense chamado de Bastille.
Na praça destaca-se a Colonne de Juillet (Coluna de Julho), um monumento em homenagem à Revolução de 1830 e os três gloriosos dias (Trois Glorieuses), que foi construído entre 1835 e 1840, em referência a 27, 28 e 29 de julho daquele ano, onde ocorreram, na cidade, diversas reações populares comandadas pela burguesia, contra a Casa de Bourbon e Carlos X, seu último representante. O movimento culminou com a queda do monarca, forçado a abdicar, pondo fim ao período conhecido como Restauração Francesa. O episódio inspirou obras como Os Miseráveis, de Victor Hugo e “A Liberdade Guiando o Povo” (Museu do Louvre), do pintor Eudène Delacroix.
Para o sucesso da insurreição, foram fundamentais as barricadas levantadas pelos revoltosos por toda a cidade, e a adesão da Guarda Nacional Francesa. Luis Fillipe I, o “Rei Cidadão” ou “Rei Burguês”, assumiu o poder restaurando a Casa de Orleans.
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2. Paris: Quando ir e como chegar
A nossa recomendação é que se procure ir no outono ou na primavera, quando as temperaturas estão amenas e você não sentirá muito frio nem muito calor. Nessas estações as temperaturas médias diárias variam entre 9 e 24 graus centígrados. No inverno vão de zero a sete graus e no verão de 13 a 26 graus. Evite ir no mês de agosto, pois é período de férias e a cidade lota, aumentando as filas para as principais atrações turísticas, além do que, por mais paradoxal que pareça, boa parte do comércio, incluindo restaurantes, fecha para as férias de empregados e patrões. Quanto a como chegar verifique os voos que partem das cidades brasileiras mais próximas da sua e escolha a melhor data para você. Verifique abaixo os melhores voos disponíveis.
3. Onde se hospedar em Paris
Quando estivemos em Paris nos hospedamos no Victoria Palace Hotel, que fica no número 6 da rue Blaise Desgoffes, a alguns minutos de caminhada da Tour Montparnasse, do Jardin du Luxembourg, da Sorbone Université e do Les Invalides. É um prédio de fachada elegante e acomodações muito confortáveis. Está fechado para reforma desde novembro de 2019, com previsão de reabertura para agosto de 2020, com uma proposta de renovação para unir tradição e modernidade. Gostamos muito.
A seguir algumas opções de hospedagem da rede ALL- Accor Live Limitless:
Sofitel Le Faubourg
O Sofitel Le Faubourg é um hotel design localizado no centro de Paris, a apenas 50 metros da Praça da Concórdia e a 100 metros da Avenida Champs-Élysées. O hotel está situado em 2 mansões privativas dos séculos XVIII e XIX. As acomodações foram totalmente reformadas por um famoso designer de interiores. As unidades incluem isolamento acústico. Você poderá desfrutar de jantar ou almoço no restaurante Blossom, que oferece cozinha francesa e uma grande variedade de vinhos. Além disso, você poderá saborear uma bebida no terraço do Bar du Faubourg. Neste hotel luxuoso, você poderá também contar com um centro de bem-estar 24 horas, que inclui academia e 2 hammams (banhos turcos). Massagens relaxantes ou tratamentos de beleza podem ser reservados no local.
Sofitel Paris Arc de Triomphe
Situado em um edifício elegante, a 450 metros do Arco do Triunfo e das boutiques de luxo da Avenida Champs-Elysées, o Sofitel Paris Arc de Triomphe é um hotel boutique inteiramente projetado pelo Studio Putman A propriedade fica a 250 metros da casa de shows Salle Pleyel. O restaurante Les Cocottes, inaugurado pelo chef Christan Constant, serve pratos autênticos e requintados da cozinha bistrô preparados com produtos sazonais. Você também pode relaxar junto à lareira no lounge do hotel ou desfrutar de coquetéis no bar contemporâneo.
Novotel Paris Les Halles
O Novotel Paris Les Halles está situado no centro de Paris. A propriedade fica próxima às áreas de compras da Rue de Rivoli, Boulevard Haussmann e Rue du Faubourg Saint-Honoré. Além disso, há 5 linhas de metrô e 3 linhas RER (trem urbano) situadas a uma curta caminhada do hotel. O Museu do Louvre, a Catedral de Notre Dame, o bairro do Marais e o Museu Georges Pompidou estão todos a 10 minutos a pé da propriedade. Os quartos espaçosos incluem banheiro privativo, TV de tela plana via satélite, internet e ar-condicionado. Os quartos são para não fumantes. Você pode desfrutar de refeições ou coquetéis na varanda térrea do hotel. Cozinha tradicional francesa é servida no restaurante do hotel ou no lounge-bar. O café da manhã é gratuito para até 2 crianças com menos de 16 anos de idade. O hotel oferece WiFi gratuito e academia. Um estacionamento público está disponível nas proximidades, por uma taxa reduzida. 1º arr. é uma ótima escolha para viajantes interessados em compras, arte e museus.
Novotel Paris Centre Tour Eiffel
O Novotel Paris Centre Tour Eiffel está localizado a curta distância a pé da Torre Eiffel, no centro de Paris, a 10 minutos de carro do Estádio Parc des Princes. O hotel dispõe de academia e 2 restaurantes, que servem pratos da culinária francesa e japonesa. Os quartos são espaçosos, com banheiro privativo e estilo contemporâneo. O WiFi é gratuito em toda a propriedade. O Novotel Paris Centre Tour Eiffel tem 2 restaurantes, o Novotel Café e o Benkay. O Novotel Café oferece tradicionais pratos franceses e dispõe de vista para o Rio Sena. No Benkay, você pode saborear pratos japoneses. O centro de bem-estar Blue Fitness Eiffel possui piscina aquecida coberta e academia.
Mercure Paris Centre Tour Eiffel
Este hotel de Paris está localizado a apenas 2 minutos a pé da Torre Eiffel, perto da região do Trocadéro e do Rio Sena. O hotel oferece uma academia e um bar e fica a apenas 4,5 km do Estádio Parc des Princes. Os quartos do Mercure Paris Centre Tour Eiffel têm ar-condicionado, TV via satélite e um banheiro privativo. Diariamente, você pode saborear um café da manhã americano ou em buffet, que pode ser desfrutado no terraço. O restaurante Le Jardin serve pratos tradicionais da culinária francesa e vinhos cuidadosamente selecionados. O Mercure Paris Centre Tour Eiffel fica a 2 minutos da estação de metrô Bir Hakeim. A Avenida Champs-Élysées, o Arco do Triunfo e o Museu Branly também estão situados nas proximidades.
Ibis Paris Tour Eiffel Ibis Paris Tour Eiffel
Situado no 15º bairro de Paris, a apenas 15 minutos a pé da Torre Eiffel, o Ibis Paris Tour Eiffel dispõe de recepção 24 horas, depósito para bagagem e Wi-Fi gratuito em toda a propriedade. A Estação de Metrô Cambronne fica a apenas 150 metros do hotel. Todos os quartos possuem TV de tela plana via satélite, guarda-roupa, mesa de trabalho, telefone e banheiro privativo com secador de cabelo. Você pode saborear diariamente o buffet de café da manhã, que inclui pratos doces e salgados, ovos, salada de frutas, iogurte e sucos. Além disso, itens de confeitaria e madeleines (bolinhos franceses) preparados na hora, bem como uma bebida quente e uma fatia de fruta estão disponíveis para viagem. Você também pode desfrutar de opções mais leves fora dos horários regulares do café da manhã, a partir das 4h. A propriedade fica a 15 minutos a pé das margens do Rio Sena e do Hotel des Invalides. A Estação RER (Rede Expressa Regional) Champs de Mars está localizada a 1 km do hotel e oferece acesso direto ao Château de Versailles.
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4. Onde comer em Paris
Le Grand Colbert
O Le Grand Coubert situa-se no número 2 da rue Vivienne, a 750 m do Louvre, no 2º arrondisemment. Foi batizado em referência ao famoso ministro das finanças de Luis XIV, Jean-Baptiste Colbert, que também era conhecido por suas habilidades culinárias e foi um dos proprietários do prédio. O restaurante tem uma história interessante que vale a pena conhecer. Escolhemos o Le Grand Colbert para comemorar nossos primeiros dois anos juntos, e não nos arrependemos. Uma típica brasserie parisiense que oferece um ambiente suntuoso e aconchegante, uma excelente carta de vinhos e pratos tradicionais da culinária francesa, com receitas especiais da casa. Para os apreciadores de peixes e frutos dom mar, filé de robalo no azeite, mariscos, salmão grelhado entre outras opções, já para os mais chegados às carnes e aves, pato, foie gras, blanquette de vitela com cogumelos e rim de vitela grelhado com bacon. Como sobremesa boas pedidas são profiteroles, uma torta ao chocolate quente e crème brûlée. Ah! E para quem curte cinema, vale mencionar que o restaurante serviu de cenário para a gravação de uma passagem do filme “Alguém tem que ceder” com Diane Keaton, Jack Nicholson e Keanu Reeves.
Café Marly
Conforme a descrição contida no site do restaurante, não se trata de um local fácil de se achar ao acaso, mais uma vez descoberto, torna-se, simplesmente, viciante. O cardápio é bem variado e a carta de vinhos é boa. Fui de fígado de vitela e Renata de steak ao molho béarnaise. Fica em uma das alas do Palácio do Louvre, de frente para o pátio central, e quase todas as mesas permitem sentar-se a dois, de frente para o pátio, com vista completa da pirâmide. Uma das nossas melhores experiência durante nossa estada em Paris. Fica aberto direto. Não fecha entre o almoço e o jantar. Recomendamos. Café Marly
Restaurant Market
O Market, do chef Jean-Georges, é um restaurante de cozinha franco-asiática. Fica na Avenue Matignon, colado à Champs-Elysées. Não fotografamos os pratos, não anotamos e nem nos lembramos do que comemos e qual vinho bebemos, mas a impressão que ficou é maravilhosa e se chama “quero voltar”. Atendimento muito eficiente, cortês e atencioso. O Market fica aberto direto, do almoço ao jantar, é um service continu, como dizem os franceses, o que, para quem não gosta de compromissos com horários para comer nas viagens, como é o nosso caso, é bastante conveniente.
Paris é um dos maiores centros gastronômicos do mundo. Citamos aqui apenas três opções que nos encantaram e elencamos, abaixo, algumas outras. Recomendamos o aplicativo The Fork, que usamos muito em todas as nossas viagem, para localizar boas opções e fazer reservas, o que, aliás, é fundamental para se conseguir lugar nos restaurantes da cidade. Não é atitude apreciável chegar sem reserva; a recepção nem sempre é muito calorosa nesses casos, mesmo havendo mesas disponíveis. Parece estranho, mas é verdade, portanto, sempre que possível, observe essa recomendação.
Mais opções de onde comer em Paris:
Le Maurice Alain Ducasse, do renomado chef que dá nome à casa. Tem 2 estrelas Michelin. Fica no Hôtel Le Meurice; 228 Rue de Rivoli;
Maxim’s. Um clássico de Paris inaugurado no final do Século XIX, por Maxime Gaillard, ex-garçon de um café nas proximidades; 3 Rue Royale, 75008 Paris;
Café des Deux Moulins; 15 Rue Lepic;
Grand Comptoir – Brasserie Les Deux Palais; esquina de Rue de Lutèce com Boulevard du Palais
Café de Flore;172, Boulevard Saint-Germain. Um dos preferidos de Jean-Paul Sartre e Albert Camus;
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Para saber mais sobre Paris recomendamos: Segredos de Paris, Conexão Paris, e o excelente Facebook de Tom Pavesi.