O que fazer em três dias em Lisboa

Torre de Belém, Praça do Comércio, Castelo de São Jorge, Cais do Sodré, Café A Brasileira, Padrão dos Descobrimentos. Veja tudo o que fazer em sua viagem.
Renata Assunção

Lisboa é uma das nossas cidades preferidas da Europa e a que sempre indicamos para os viajantes que estão indo para a Europa pela primeira vez. Várias características nos fazem ter a percepção de que Portugal é uma ótima escolha. Falamos a mesma língua, a comida é parecida, o clima não tem tantos extremos quanto outros destinos europeus, as estradas são maravilhosas e as pessoas são sempre simpáticas e nos recebem muito bem. 

 Neste post vamos sugerir um roteiro de 3 dias na terrinha.  

Onde se hospedar

A melhor região para se hospedar em Lisboa é a área próxima à Avenida da Liberdade, desde o Marquês de Pombal até o Chiado. Ainda que você vá passear em locais um pouco mais distantes, como Belém e o Parque das Nações, ali você poderá conhecer muita coisa à pé. Por ser preferida pela maioria dos turistas, existem hospedagens para todos os gostos e bolsos, desde albergues até hotéis cinco estrelas. 

Da última vez que fomos para Lisboa, nós nos hospedamos no Dom Pedro, um hotel cinco estrelas que fica um pouco acima da praça onde se encontra a estátua do Marquês de Pombal. O hotel tem uma decoração clássica e é muito confortável.  A cama é espaçosa (um pouco dura pro nosso gosto), o blackout é ótimo e o atendimento não deixou a desejar. Só não gostamos do chuveiro, que tinha uma ducha em cima da banheira que espirrava água para fora e molhava o piso. Mas, no geral, consideramos um bom hotel e um ótimo custo benefício. 

Dia 1: Comece seu dia passeando pela Avenida da Liberdade, uma das principais de Lisboa, que liga a Praça dos Restauradores à Praça do Marquês de Pombal. As calçadas são largas e bem arborizadas, a rua concentra uma grande quantidade de lojas e hotéis de luxo e alguns bons restaurantes. 

Aliás, um dos nossos restaurantes preferidos de Lisboa, o Solar dos Presuntos, fica ali pertinho, na rua Portas de Santo Antão, 150. O cabrito ao forno é um dos carros chefes. Se você gostar de comida portuguesa, não deixe de experimentar.

Siga até a Praça Dom Pedro IV (que é o Dom Pedro I do Brasil) também conhecida como Praça do Rossio. Ao redor da praça tem alguns restaurantes e lojas (uma delas é linda, chamada O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa), e é onde se encontra o Teatro Nacional Maria II, inaugurado em 1846 durante as comemorações do aniversário da rainha Maria II. 

De lá caminhe até a Praça da Figueira, onde você poderá fazer uma pausa e tomar um café na cafeteria mais antiga de Lisboa, a Confeitaria Nacional, fundada em 1829.  


Depois você poderá seguir para o elevador de Santa Justa, mas já vamos logo avisando que a fila é enorme (segundo a funcionária demora cerca de 2 horas) e não achamos que valha a pena tamanha dedicação para subir e ver uma vista que você poderá apreciar indo à pé. 

Nossa dica é que você siga direto da Praça da Figueira para a Praça do Comércio, passando pela rua Augusta, que é só de pedestres e tem lojas e restaurantes dos dois lados. Se tiver um espacinho no estômago, passe na Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau e experimente o pastel, que nada mais é que um bolinho de bacalhau com queijo da Serra da Estrela. Simplesmente divino!

Faça a clássica foto nos Arcos do Triunfo da rua Augusta e dê uma volta pela Praça do Comércio. Ali é um ponto histórico onde ocorreu o regicídio de Dom Carlos e do seu filho e herdeiro, o príncipe Dom Luís Filipe de Bragança, em fevereiro de 1908. Se já estiver com sede, uma boa sugestão é sentar no bar do museu da cerveja, que vende cerveja de várias nacionalidades diferentes. 

Veja também > O que fazer em Óbidos, cidade medieval em Portugal

Para finalizar a tarde, um ponto bem turístico e muito fotografado, é a estátua de Fernando Pessoa, que fica em frente ao café A brasileira, frequentado pelo poeta quando era vivo. Mas como o lugar é concorrido, se você realmente quiser sentar lá dentro para tomar um café, prepare-se para esperar. Quando fomos sofremos com um péssimo atendimento. 

À noite, nossa dica é curtir um dos bares do Cais do Sodré. A região, que antigamente era onde os marinheiros desembarcavam e buscavam prostíbulos, foi revitalizada e hoje abriga alguns dos bares mais animados da cidade. Um dos mais conhecidos é a Pensão do Amor.  

Dia 2: Dia de passear pelos monumentos históricos na região de Belém. Comece o seu passeio pelo Mosteiro dos Jerónimos, entre e conheça o Claustro, um dos prédios mais bonitos de Portugal.  

Em seguida, antes de ir para a próxima atração, que tal comer um pastel de Belém? Ali pertinho do Mosteiro fica a fábrica dos famosos Pastéis de Belém, que ainda hoje são feitos com a “receita secreta” do Mosteiro. Para saber mais sobre esta história, veja o site da empresa. 

Do outro lado do Mosteiro, você pode visitar o museu Coleção Berardo, o principal museu de arte moderna e contemporânea de Lisboa, com um acervo que passa por obras de Picasso e Dali até Andy Warhol. A organização da exposição é bem didática, dividindo as obras por movimentos artísticos e cronologia. No início de cada sala, um texto explica um pouco as principais características de cada movimento, é bem interessante. 

https://casalgiramundo.com.br/europa/franca/paris-o-que-fazer-o-que-visitar-onde-comer-e-onde-se-hospedar/

De lá, você pode atravessar a rua por uma passagem subterrânea e ir ao outro lado da pista para visitar o Padrão dos Descobrimentos, um monumento feito em homenagem ao período em que Portugal liderou importantes navegações mundiais. 

Se não estiver muito cansado, caminhe até a Torre de Belém (cerca de 1 km). A Torre é considerada patrimônio mundial pela Unesco e é um dos monumentos mais visitados de Lisboa. Ela foi construída para ser uma fortaleza e ficava em cima de umas pedras no meio do rio Tejo. Depois foi integrada a terra e passou por várias transformações, tendo sido utilizada como posto aduaneiro, farol e até prisão. 

Termine seu passeio e volte para descansar um pouco. À noite, que tal assistir a um show de fado? Vá a Alfama, o bairro mais antigo e um dos mais típicos de Lisboa. Lá existem ótimas casas de show, nós gostamos muito do Clube do Fado. É importante fazer reserva.  

Dia 3: Comece seu dia com um passeio pelo belíssimo Castelo de São Jorge. Ele fica na colina mais alta da cidade, então sugerimos pegar um táxi ou uber pra subir até lá. Prepare-se curtir uma das vistas mais incríveis de Lisboa.  

O Castelo de São Jorge foi construído no século XI pelos mouros. Originalmente era uma fortaleza onde ficava o centro político e militar da região. Era dali do alto que os soldados vigiavam a cidade. Depois, com a reconquista dos católicos, o lugar ganhou o atual nome e virou moradia de nobres. Dentro do Castelo você poderá visitar uma exposição com algumas das descobertas históricas que foram feitas ali, desde a Idade do Bronze até o terremoto de 1755. Também existe um sítio arqueológico com ruínas que vão desde o século VII a. C.. Hoje o castelo está totalmente restaurado. 


Depois do castelo, prepare-se para trocar completamente o cenário. Sugerimos agora conhecer a parte mais moderna de Lisboa: o Parque das Nações. A região, que já foi dedicada à indústria, foi completamente revitalizada e conta hoje com lojas, restaurantes, centros culturais e um oceanário de tirar o chapéu. 

Conheça a estação Gare do Oriente, projeto do famoso arquiteto espanhol Santiago Calatrava (o mesmo do Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro). Passeie pela beira do rio Tejo e almoce no ótimo restaurante do famoso chef português José Avillez, o Cantinho do Avillez. Ali perto também tem um shopping, um teleférico e o Oceanário. Mas o que a gente mais gostou de fazer foi mesmo bater perna. 

À noite, se ainda tiver fôlego, que tal passear pelas ruas do Bairro Alto? Não faltam opções de bares e restaurantes. Nós sentamos em uma mesinha na calçada e passamos o final de nossa última noite desta viagem para Lisboa aproveitando o movimento. O Bairro Alto estava fervendo. É, não se pode negar, Lisboa está na moda. 

Fotos: Fernando Cravos