Amsterdam encanta à primeira vista — e, no nosso caso, o encantamento começou ainda na fase de planejamento da viagem, enquanto pesquisávamos sobre a cidade. As pontes floridas, os canais repletos de barcos e as casas históricas formam um cenário que parece saído de um cartão-postal. Entre museus icônicos, mercados vibrantes e bairros cheios de personalidade, a capital holandesa combina como poucas o charme do passado com a energia vibrante da vida moderna. Se você está planejando sua viagem e quer saber o que fazer em Amsterdam, reunimos 10 dias de passeios, além de alguns restaurantes para você conhecer.
1. Caminhar pelos canais e pelo 9 Straatjes em Amsterdam
A melhor forma de sentir Amsterdam é caminhar sem pressa pelos seus quase 100 km de canais. Mas, como as ruas são bastante parecidas, vale ter um celular com internet para acionar o GPS sempre que precisar voltar ao hotel. Ainda assim, reserve um tempo para simplesmente flanar, sem destino certo, descobrindo cafeterias, livrarias e lojinhas de todos os tipos. Cada esquina rende uma nova foto: casinhas inclinadas, pontes floridas e barcos deslizando pela água. A região das 9 Ruas (De 9 Straatjes) é um charme à parte.
2. Museu Van Gogh em Amsterdam
O Museu Van Gogh fica na Museumplein (Praça dos Museus), uma área central e muito visitada, onde também estão o Rijksmuseum e o Stedelijk Museum. O museu abriga a maior coleção do mundo de obras de Vincent van Gogh — são mais de 200 pinturas, 500 desenhos e 700 cartas do artista. A exposição é organizada de forma cronológica, o que ajuda a acompanhar a evolução do estilo dele e entender melhor sua vida. Além das obras, o museu traz exposições temporárias e mostra cartas originais que Van Gogh enviou ao irmão Theo, revelando pensamentos, emoções e processos criativos. Entre as obras mais famosas, você vai ver:
- Os Girassóis (Sunflowers) – uma das versões mais icônicas.
- Quarto em Arles (Bedroom in Arles) – retrato íntimo do seu espaço pessoal.
- Amendoeira em Flor (Almond Blossom) – pintada em homenagem ao nascimento de seu sobrinho.
- Auto-retratos – diferentes fases de sua vida, com estilos e cores distintos.
Dicas práticas
- Ingressos: só são vendidos online no site oficial e com horário marcado. Na alta temporada, é comum esgotar com semanas de antecedência.
- Melhor horário: logo na abertura (9h) ou no final da tarde, para evitar grandes grupos.
- Tempo de visita: entre 1h30 e 2h é suficiente para ver tudo com calma.
- Áudio-guia: vale a pena — está disponível em português de Portugal e traz contexto histórico e detalhes curiosos sobre cada obra (tem também uma versão para crianças).
3. Casa de Anne Frank: história viva em Amsterdam
Já estive duas vezes em Amsterdam e, em ambas, não consegui ingressos para visitar a Casa de Anne Frank. Então, fica o alerta: compre os ingressos assim que possível, pois eles costumam se esgotar com meses de antecedência. A Casa de Anne Frank está no bairro Jordaan, uma das áreas mais charmosas de Amsterdam, às margens do canal Prinsengracht. O museu preserva o anexo secreto onde Anne Frank, sua família e outras quatro pessoas viveram escondidas dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Ler o livro antes vai deixar a experiência ainda mais impactante. Ao percorrer os cômodos, você verá:
- O quarto de Anne, ainda decorado com recortes e fotos que ela colou na parede.
- O acesso escondido atrás de uma estante que levava ao anexo.
- Documentos, fotos e objetos originais da família.
- O diário original de Anne, exposto em uma vitrine especial.
Dicas práticas:
- Ingressos: vendidos exclusivamente online no site oficial, com horário marcado. Não há venda no local.
- Antecedência: reserve com meses de antecedência, especialmente entre abril e setembro.
- Tempo de visita: cerca de 1 hora.
4. Rijksmuseum, o museu mais importante de Amsterdam
O Rijksmuseum fica também na Museumplein, praticamente ao lado do Van Gogh. É o museu nacional da Holanda e o mais importante do país, com um acervo de 8 mil obras expostas que cobrem 800 anos de história da arte holandesa e mundial. O próprio prédio é uma obra de arte, com vitrais, tetos decorados e um belo jardim externo. Entre os destaques:
- A Ronda da Noite (The Night Watch), de Rembrandt – a obra mais famosa do museu.
- Pinturas de Johannes Vermeer, como A Leiteira.
- Obras de Frans Hals e outros mestres do Século de Ouro holandês.
- Coleções de porcelana de Delft, esculturas e arte asiática.
5. Mercado de Flores (Bloemenmarkt) de Amsterdam
O Bloemenmarkt é o único mercado de flores flutuante do mundo e um dos lugares mais fotogênicos de Amsterdam. Instalado sobre barcaças ancoradas no canal Singel desde o século XIX, ele vende de tudo um pouco. Desde as icônicas tulipas frescas — símbolo da Holanda —, até bulbos prontos para plantio, sementes, arranjos e uma variedade de souvenires temáticos que vão de ímãs à porcelanas pintadas à mão.
6. NDSM e Pllek
Pegue o ferry gratuito na Estação Central e, em poucos minutos, você estará no bairro NDSM, uma antiga área portuária que se reinventou e hoje é um polo de arte urbana, festivais e espaços culturais. O grande destaque da região é o Pllek, restaurante e bar construído com contêineres reaproveitados, que combina gastronomia de qualidade com um clima descontraído. No verão, a “prainha” à beira do rio é perfeita para tomar sol e relaxar; no inverno, a fogueira e o ambiente acolhedor garantem um charme extra.
7. Foodhallen
O Foodhallen é um mercado gastronômico instalado em uma antiga garagem de tram. Não faz muito o nosso estilo (lugar sempre bem cheio, atendimento às vezes caótico), mas achamos que pode ser interessante conhecer, pelo inusitado do ambiente. São dezenas de bancas com opções para todos os gostos: comida asiática, hambúrgueres artesanais, queijos holandeses e muito mais.
8. Passeio de barco pelos canais de Amsterdam
O passeio de barco é um dos símbolos de Amsterdam e está na lista de experiências imperdíveis da cidade. Navegar pelos canais — que são Patrimônio Mundial da UNESCO — permite ver de perto a arquitetura histórica, as pontes charmosas e o vai e vem de bicicletas e pedestres, tudo a partir de um ângulo único. É um jeito relaxante de conhecer a cidade, seja no primeiro dia, para se ambientar, ou no final da viagem, para encerrar com um visual inesquecível.
Roteiros mais comuns
A maioria das rotas percorre:
- Canais principais: Herengracht, Keizersgracht e Prinsengracht.
- Jordaan: bairro charmoso com casas estreitas e pontes fotogênicas.
- Vista da Estação Central e do NEMO Science Museum.
- Algumas empresas também passam por trechos menos turísticos, revelando um lado mais local de Amsterdam.
Onde comprar e embarcar
Ingressos podem ser comprados online (melhor para garantir horário) ou diretamente nos píeres de embarque. Empresas populares e confiáveis:
- Blue Boat Company – próxima à Museumplein e Vondelpark.
- Lovers Canal Cruises – saída perto da Estação Central.
- Stromma – várias rotas, incluindo barcos abertos no verão.
- Those Dam Boat Guys – barcos pequenos, atmosfera descontraída e roteiros menos turísticos.
9. Red Light District
O bairro se chama oficialmente De Wallen e fica no centro histórico de Amsterdam, a poucos minutos a pé da Estação Central. Ele se espalha por um conjunto de ruas estreitas e canais, mas o coração do Red Light fica na Oudezijds Achterburgwal e arredores. O Red Light District existe há séculos e nasceu como zona portuária, frequentada por marinheiros e comerciantes. As vitrines iluminadas com luzes vermelhas, que hoje são símbolo do bairro, começaram a aparecer no século XX como forma de identificar locais de prostituição regulamentada. Amsterdam é uma das poucas cidades do mundo onde a prostituição é legalizada e regulamentada pelo governo. Além das vitrines, o bairro abriga:
- Museu da Prostituição (Red Light Secrets), que mostra a história e bastidores da profissão.
- Coffee shops famosos, como o The Bulldog.
- Bares, restaurantes e casas de shows adultos.
10. Passeio de bicicleta em Amsterdam
Amsterdam é conhecida como a capital mundial das bicicletas: são mais de 800 mil bikes para cerca de 880 mil habitantes, e a cidade inteira é planejada para ciclistas, com ciclovias largas, sinalização clara e semáforos exclusivos. Pedalar por lá não é apenas um passeio — é uma forma autêntica de viver a cidade como um local. Você pode alugar uma bicicleta por 3 ou 4 horas ou optar logo por uma diária, dependendo do seu roteiro. E atenção: sempre trave a bike com cadeado — o furto de bicicletas é comum em Amsterdam, mesmo nas áreas mais movimentadas.
Onde alugar bicicleta
Algumas das locadoras mais conhecidas e bem avaliadas:
- MacBike – Uma das maiores, com várias unidades perto de pontos turísticos como a Estação Central e Museumplein.
- Rent a Bike Amsterdam – Localizada próxima à Praça Dam, ótima para quem está no centro.
- Yellow Bike – Oferece aluguel e também passeios guiados pela cidade.
- Black Bikes – Especializada em bikes sem marcações turísticas, para se misturar com os locais.
Onde comer em Amsterdam
Explorar a cidade também significa provar sua gastronomia variada — de lanches rápidos típicos a restaurantes mais sofisticados. Aqui vão três lugares que testamos e aprovamos:
Febo
Parada quase obrigatória para quem quer ter uma experiência bem holandesa. A rede é famosa por seus croquetes vendidos em máquinas automáticas.
📍 Onde encontrar: diversas unidades espalhadas pela cidade.
Haesje Claes
Inaugurado em 1974, o Haesje Claes é um verdadeiro clássico da culinária tradicional neerlandesa e está localizado entre a Praça Dam e o Spui, bem em frente ao Museu de Amsterdam. Funcionando em seis prédios interligados, muitos com detalhes arquitetônicos originais, o ambiente evoca a tradição e o charme de outra era. Segundo avaliações, o Haesje Claes é elogiado por oferecer uma comida holandesa genuína. Nós pegamos a dica no nosso hotel e adoramos. A entrada com queijo de cabra estava espetacular. E o confit com purê e chucrute também merece destaque. Endereço: Spuistraat 27.
Roberto’s
O Roberto’s, localizado dentro do Hilton Amsterdam, é um italiano sofisticado que oferece uma culinária autêntica em um ambiente elegante e acolhedor. O cardápio valoriza ingredientes sazonais e receitas clássicas, como o spaghetti alle vongole e a lasagnetta alla Roberto’s, além de uma carta de vinhos bem-curada com rótulos de diversas regiões italianas. Endereço: Hotel Hilton – Apollolaan 138.
